SERÁ QUE ELES NÃO FARIAM A DO QUAQUÁ?
Muitos escândalos políticos brasileiros não terminam apenas em pizza, acabam também virando brincadeiras de festas e de Carnaval. Na fábrica de máscaras e fantasias Condal, que funciona há 52 anos em Neves, São Gonçalo, toda personalidade que fica em destaque, seja positivamente ou negativamente, vira fantasia para os foliões.
A mais recente política a fazer parte das obras da Condal foi a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, acusada de envolvimento em suposto esquema de tráfico de influência. Seus filhos Israel e Saulo Guerra são apontados como intermediários de negócios entre empresas privadas e estatais.
Engrossando a lista dos escândalos que ganharam a mídia e que fazem parte do acervo da fábrica, estão os integrantes do Mensalão, como Roberto Jefferson, os ex-ministros Antônio Palocci, José Dirceu e o ex-deputado Severino Cavalcanti, entre outros; o juiz Nicolau dos Santos Neto (popularmente conhecido como “Lalau”) e o casal Garotinho.
Segundo a proprietária da empresa, Olga Gibert Hugh, antes de moldar e produzir um adereço, é avaliada a adesão que terá junto ao público. “Fico atenta para identificar o fato, seja ele negativo ou positivo. Se perceber que ele pode emplacar vendas, fazemos. Nossa época mais forte é o Carnaval, mas vendemos máscaras durante todo o ano. Nosso carro-chefe são os monstros”, ressalta.
O estabelecimento produz cerca de 320 mil produtos, entre adereços, máscaras e fantasias, ao longo do ano. Deste total, 220 mil são máscaras. Olga disse que os bate-bolas, também conhecidos como Clóvis ou Pierrot, voltaram a ser encomendados e ainda são tradicionais no carnaval de rua. A empresa só vende por atacado, a partir de 500 peças, e recebe encomendas de lojas, escolas de samba, blocos e outros estabelecimentos. Em média as máscaras custam cerca de R$ 2,20. A partir da segunda quinzena de novembro o trabalho é sequencial, sem paradas nos fins de semana.
Os materiais utilizados para produzir uma máscara é o plástico ou E.V.A. Para os monstros é usado o látex. O processo de produção demora cerca de uma semana, segundo o artista plástico Sergi Arbusà, de 23 anos, que está na empresa há quase 3. Após a escolha da imagem, o molde é feito de argila e passado para gesso. Após a moldagem, o material é aquecido e prensado.
“Conheci o trabalho da Condal antes de o antigo dono falecer, mas só vim trabalhar aqui há pouco mais de dois anos. Sempre adorei artes e estou estudando Belas Artes. Mês especializei em esculturas e vim trabalhar com máscaras”, detalha.
Alegria – A Condal tem a tradição de manter funcionários por muitos anos na empresa. Com alegria e bom humor, os profissionais constroem as figuras e agilizam a produção quando necessário.
Uma das mais antigas na empresa, Zélia do Carmo, de 60 anos, faz a pintura e decoração das peças e trabalha lá desde a adolescência. Há 37 anos, ela exerce sua função com um largo sorriso no rosto.
“Fiquei muito feliz de vir trabalhar aqui. É um trabalho bem humorado e dá para exercer a criatividade. Aqui foi meu primeiro emprego e será o último”, declara.
A ajudante de produção, Vânia Pereira Ribeiro, de 36 anos, está na empresa há quase um ano e neste setor há dois meses. Ela contou que se diverte trabalhando e que muitos membros da sua família já foram funcionários da empresa, inclusive seu pai e sua mãe. “Estou gostando muito da experiência, é muito divertido. As máscaras são muito engraçadas. Adoro acompanhar a transformação das peças”, explica.
O FLUMINENSE
http://mascaras-condal.com/images/novidades/autoviewer/novidades%20des.html
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