Milton Corrêa da Costa
Dois
graves acidentes, que envolvem o uso de bebida alcoólica ao volante,
ocorreram no domingo 10 de março, um no Rio de Janeiro e outro em São
Paulo. Na
cidade do Rio de Janeiro, um empresário paulista, de 55 anos, disse ter
ingerido o conteúdo de cinco latas de cerveja antes de pilotar a
Ferrari modelo 458 e atropelar três pessoas durante um evento
promocional no Aterro do Flamengo. A informação consta do laudo do
Instituto Médico Legal (IML), realizado quase três depois de o motorista
ter se envolvido no acidente. Apesar de ter admitido o consumo de
bebida alcoólica, o piloto recusou-se a fornecer material biológico
(urina) para pesquisa de dosagem de álcool. A autoridade policial, que
apura o fato, pedirá a suspensão do direito de dirigir do piloto
imprudente.
Já em São Paulo, a comanda
de consumo de um jovem motorista, paga na casa noturna de onde saiu
antes de atropelar um ciclista na Avenida Paulista, na manhã do domingo
10/03, registra três doses de vodca e um energético, segundo a polícia,
que investiga o caso. O atropelador, um estudante de psicologia, de 22
anos, se entregou à polícia após jogar em um córrego da Avenida Dr.
Ricardo Jafet, na Zona Sul de São Paulo (PASMEM)
o braço da vítima, o ciclista David Santos de Souza, de 21 anos - que
foi amputado no acidente e ficou preso nos estilhaços do vidro frontal
do carro.
O
horário que a comanda individual de consumo foi fechada, às 6h, porém, é
posterior ao horário do acidente, ocorrido às 5h30. A Polícia Civil
espera agora imagens da casa noturna para saber se foi mesmo o acusado
do atropelamento quem pagou a conta. A
comanda foi aberta quando o estudante de psicologia entrou na boate, às
2h14 de domingo, e fechada às 6h pontualmente. O valor final:foi de R$
96. O
motorista foi indiciado por lesão corporal grave e mais três crimes do
Código Brasileiro de Trânsito, entre eles fuga de local de acidente. Os
exames do motorista no IML foram realizados seis horas após o grave
acidente.
Este
continua sendo, pois, o quadro de imprudência e insensatez de
motoristas irresponsáveis- até pilotos profissionais- que colocam em
risco a incolumidade dos demais usuários das vias públicas, ao insistir
em beber e conduzir um veículo. Depois, para manterem-se livres do
cárcere, como ex-deputado estadual do Paraná, Carli Filho, que matou
dois jovens há alguns anos, estando alcoolizado, com o direito de
dirigir suspenso e a 167 km/h, utilizam-se de todas os extensos recursos
da benevolente lei penal brasileira. Profundamente lamentável que
condutores alcoolizados continuem a provocar tragédias na barbárie sem
fim do trânsito brasileiro. São os mesmos assassinos em potencial que
vivem contestando os rigores da providencial e por demais necessária Lei
Seca.
Milton Corrêa da Costa é tenente coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário