Por Fábio Barretto em 14/03/2013
É a quarta vez que estamos nas últimas três semanas falando de uma
sucessão de denúncias em Maricá. E tudo começou com esse lixão que nunca
foi sanitário absolutamente ilegal, assassino e impune que foi
desativado no município após de 17 anos no bairro do Caxito. O lixo
agora será levado para Itaboraí. Mas, não é só o lixo que atormenta
Maricá. Há semanas estamos no Brasil Urgente Rio falando sobre uma série
de denúncias envolvendo a região. Mostramos o cemitério municipal.
Ossos expostos, sepulturas violadas, solo contaminado e ilegalidades na
gestão do cemitério. Revelamos o Hospital Conde Modesto Leal que não tem
a menor condição de atender as pessoas. Infecto e insalubre, pessoas
morrem nesse hospital sem atendimento e ninguém faz nada. Falamos sobre o
absurdo envolvendo o número de secretarias em Maricá que são 30.
Existem secretarias de necessidade duvidosa como para assuntos
religiosos e de articulação política. Em termos comparativos, Maricá tem
130 mil habitantes em 60 quilômetros quadrados. A cidade do Rio de
janeiro tem 6 milhões e meio de habitantes e 28 secretarias. Duas a
menos que Maricá que não tem infra-estrutura. Não tem saneamento para
todos. Não tem asfalto para todos e falta um pouco de tudo, inclusive
escola. Só não falta é secretaria. E como se não bastasse, como um tapa
na cara dessas pessoas - inclusive aquelas que o reelegeram - o prefeito
Washington Qua Quá quer doar 3 milhões de reais do caixa da prefeitura
para a escola de samba Grande Rio de Duque de Caxias que quer homenagear
o município em 2014, ou seja, um município que não corresponde ao seu
cidadão. Pior: querendo dar dinheiro para o carnaval como os romanos
faziam: pão e circo. Sinceramente: se isso aqui fosse um país sério, um
político dentro de um município desse totalmente desestruturado quando
sugerisse uma idéia dessa, no mínimo tinha que ir a justiça prestar
contas sobre essa desrespeitosa idéia, quando não preso. É um absurdo.
Maricá recebe dinheiro dos royalties. São cinco milhões por mês conforme
divulgado na imprensa e a população não enxerga esse dinheiro aplicado.
Não é um municipio pobrinho. Está mal administrado. E não sou eu que
estou dizendo isso. É o morador da cidade. No ano passado, é bom lembrar
de novo, que o senhor prefeito reeleito foi alvo de 21 processos e 50
inquéritos como anunciado. Há e havia acusações de corrupção,
improbidade administrativa, prevaricação, peculato, abuso de poder
econômico, superfaturamento, contratação de empresas fantasmas e danos
ao erário. Seriam inúmeras maracutaias. E independentemente se são ou
não são verdadeiras essas acusações, podem elas, ter feito desaparecer
150 milhões de reais do caixa da prefeitura. Portanto, reafirmo que
dinheiro em Maricá existe. O que não existe é saude, educação, segurança
e infra-estrutura. Promessas são feitas e o povo não vê o resultado
dessas promessas e esperamos sinceramente que esse povo que reelegeu a
atual prefeitura não seja traído. O dinheiro da bonança do carnaval
daria para construir uma UPA. E volto a dizer que dentro desse ambiente
de incerteza sobre o futuro dos royalties seria inteligente e respeitoso
com o cidadão de Maricá que a prefeitura aumentasse ainda mais seu
caixa para fazer obras estruturais e investimentos sociais verdadeiros e
sérios. Cadê a dignidade?
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