Luta para conseguir pescar no Rio de Janeiro
Batalha pela recuperação da Baía de Guanabara fez pescador sofrer ameaças de morte. Incluído em programa nacional de segurança, ele continua a defender a natureza
POR CRISTINE GERK
Rio - Defensor da Baía de Guanabara, Alexandre Anderson, 41, não se importa em sacrificar sua vida pelo que acredita. Mesmo incluído no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos da Presidência da República após sofrer ameaças de morte, segue decidido em sua luta para que a exploração da baía seja sustentável e não mine a atividade pesqueira. O presidente da Associação Homens do Mar (Ahomar) é reconhecido por várias entidades internacionais e nacionais e foi homenageado duas vezes na Rio+20 essa semana, pela Alerj e a ONU.
Por sua coragem e determinação, Alexandre recebeu de O DIA a 52ª medalha Orgulho do Rio, cedida para pessoas que contribuem para uma sociedade melhor: “Agradeço em nome de milhares de famílias que depositam confiança na militância”.
Por sua coragem e determinação, Alexandre recebeu de O DIA a 52ª medalha Orgulho do Rio, cedida para pessoas que contribuem para uma sociedade melhor: “Agradeço em nome de milhares de famílias que depositam confiança na militância”.
Alexandre recebeu a medalha em palestra que apresentava sobre a despoluição da baía | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Alexandre pescava na baía em embarcação artesanal desde 1998. Em 2000, vazamento de óleo da Petrobras, estimado em 1,3 milhão de litros, nas águas da Guanabara. Em 2003, ele e 10 lideranças de áreas banhadas pela baía criaram a Ahomar, em Magé, com 3 mil associados. O objetivo é ‘ressuscitar’ a baía para a pesca e conseguir indenização aos pescadores.
“Em 2000, 22 mil famílias viviam da pesca artesanal na área. Hoje não são nem 9 mil. O pescador ocupava 78% do espelho d’água da baía, hoje a área de pesca é só de 12%. Empreendimentos petroquímicos e offshore ocupam 46%, sem contar a área de estacionamento de navios ”, relata. Segundo ele, com 400 m de rede, conseguia-se 100 kg de peixe, hoje com a rede não rende nem 20 kg — 28 espécies de peixe sumiram após o vazamento.
Alexandre tem escolta policial 24 horas desde 2010
Alexandre relata que, desde o início da militância, um dos fundadores da Ahomar foi assassinado e outro se matou. Em maio de 2009, ele conta ter sofrido atentado a tiros na associação. “Continuei militando, sofri mais seis atentados. Recebi então equipe técnica federal e fui colocado no programa em julho de 2009. Passei a receber escolta policial 24 horas em 2010. Vivo com medo de perder a escolta porque continuo sofrendo ameaças por telefone. Se eu morrer ou fugir, a luta vai acabar”, teme.
O pescador tem que deixar sua casa todo fim de semana com a família inteira, e ir para locais afastados. Ele tem apoio da ONU e da Anistia Internacional. Esteve em Genebra (Suíça), em conferência da ONU, com viagem paga pela União Europeia.
“A gente protesta fisicamente e por via da Justiça. Utilizamos muito a ferramenta do Ministério Público Federal. Fazemos mutirões para documentar o pescador para ele ter direito previdenciário”, conta.
“Em 2000, 22 mil famílias viviam da pesca artesanal na área. Hoje não são nem 9 mil. O pescador ocupava 78% do espelho d’água da baía, hoje a área de pesca é só de 12%. Empreendimentos petroquímicos e offshore ocupam 46%, sem contar a área de estacionamento de navios ”, relata. Segundo ele, com 400 m de rede, conseguia-se 100 kg de peixe, hoje com a rede não rende nem 20 kg — 28 espécies de peixe sumiram após o vazamento.
Alexandre tem escolta policial 24 horas desde 2010
Alexandre relata que, desde o início da militância, um dos fundadores da Ahomar foi assassinado e outro se matou. Em maio de 2009, ele conta ter sofrido atentado a tiros na associação. “Continuei militando, sofri mais seis atentados. Recebi então equipe técnica federal e fui colocado no programa em julho de 2009. Passei a receber escolta policial 24 horas em 2010. Vivo com medo de perder a escolta porque continuo sofrendo ameaças por telefone. Se eu morrer ou fugir, a luta vai acabar”, teme.
O pescador tem que deixar sua casa todo fim de semana com a família inteira, e ir para locais afastados. Ele tem apoio da ONU e da Anistia Internacional. Esteve em Genebra (Suíça), em conferência da ONU, com viagem paga pela União Europeia.
“A gente protesta fisicamente e por via da Justiça. Utilizamos muito a ferramenta do Ministério Público Federal. Fazemos mutirões para documentar o pescador para ele ter direito previdenciário”, conta.
BY DAYZE MENEZES
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